Psicologia institucional
(Terapêutica analítica)
Como tanto Bleger quanto Guirado parecem considerar o método clínico como preferido para trabalhar na instituição, resolvi "beber da fonte" e ler o que o "velho e bom Freud" nos diz sobre a terapêutica analítica.
Em primeiro lugar, Freud se declara contrário aos métodos de sugestão (na época hipnóticos) na terapia, pois estes não trabalhavam as razões do estado mórbido do paciente: simplesmente parava a expressão deste sintoma, que mais tarde seria substituído por outro. Apesar de mais rápidos e menos trabalhosos, os métodos de sugestão eram quase ineficazes no decorrer do tempo, porque o paciente desenvolvia outros sintomas para o mesmo problema.
"A terapêutica hipnótica procura recobrir e mascarar alguma coisa na vida psíquica; a terapêutica analítica procura, ao contrário, desvendá-la e pô-la de parte. A primeira age como processo cosmético, a segunda como processo cirúrgico." (Freud, p.244)
O tratamento analítico é naturalmente o mais árduo, pois é o único comprometido em descobrir e vencer as resistências interiores do paciente. Quando vencidas as resistências, ocorre uma real modificação na vida psíquica do paciente, mais desenvolvida por integrar cada vez mais conteúdos inconscientes à sua consciência.
Quanto ao fim da análise Freud diz:
"o tratamento analítico, ao contrário (das sugestões hipnóticas) tem por objeto a própria transferência, que procura desmascarar e decompor, seja qual for a forma que revista. No fim de um tratamento analítico, a transferência em si deve ser destruída, e se se obtém bom êxito duradouro, este repousa não sobre a sugestão pura e simples, mas sobre os resultados obtidos graças à sugestão: supressão das resistências interiores, modificações internas do doente" (Freud, p.246)
Ou seja, assim como os seus predecessores, Freud afirma que o fim da terapia deve "emancipar" o paciente da figura do analista, para que o paciente possa, depois da "educação psicanalítica", resolver sozinho seus