Psicologia Feminina atraves de Freud
Freud faz uma problematização que questiona o que nos leva a distinguir um homem de uma mulher ao nos depararmos com um indivíduo. Para iniciar a resposta a esta questão, Freud faz colocações que demonstram a fragilidade e a insuficiência da ciência na classificação clara daquilo que determina organicamente um ser humano do sexo masculino, bem como um do sexo feminino, posto que algumas características físicas ditas masculinas e femininas podem ocorrer simultaneamente em um único indivíduo. Desta maneira, o que levará à definição do gênero masculino ou feminino está para além dos parâmetros classificatórios da anatomia.
Porém, Freud também afirma a impossibilidade de a psicologia desvendar o que considera como os mistérios da feminilidade, embora consiga explicar e analisar o homem em sua completa trajetória de vida (seu desenvolvimento e a formação de suas estruturas psíquicas desde a mais remota infância até a vida adulta, dissecando e justificando seus conflitos internos e sociais).
O parâmetro de análise do ser humano, para Freud, é sempre o homem. Na fase fálica, por exemplo, afirma que os aspectos psicológicos de meninos e meninas ficam mais próximos, o que o leva a dizer que neste estágio a menina é um “homenzinho”, pois explora as sensações prazerosas provocadas pelo estímulo de seu “diminuto clitóris”, assim como os meninos exploram o prazer gerado pela manipulação de seu pênis de tamanho perfeitamente apropriado. Chega mesmo a dizer que o clitóris é uma espécie de equivalente do pênis (embora fracassado pelo seu subdesenvolvimento), e que existe algo que ele chama de “vagina verdadeiramente feminina”, e que esta será descoberta no momento adequado e deverá passar a ser a principal zona erógena da mulher, perdendo o clitóris seu valor sexual. Caso o estímulo clitoridiano, e a masturbação propriamente dita, permaneçam até a vida adulta, considera que a sexualidade da mulher esteja presa numa forma infantil.