Psicologia Educacional vs. Psicologia Escolar
Do mesmo modo que não há consenso relativamente à definição, conteúdos e objectivos da psicologia da educação, também não se verifica unanimidade no que concerne à distinção entre Psicologia Educacional e Psicologia Escolar. Há fronteiras comuns, nomeadamente quando se fala na atuação do psicólogo educacional e psicólogo escolar (i.e. psicólogos que intervém no campo educativo e no campo escolar), ambos podem ser quer teóricos quer práticos na sua ação, e praticar também a investigação na ação. A American Psychology Association (APA) dedica a 15ª divisão à Educational Psychology e a 16ª divisão à School Psychology. De acordo com esta categorização, ao psicólogo educacional (15ª divisão) compete desenhar, desenvolver e avaliar procedimentos para a instrução, dedicando-se fundamentalmente à investigação, enquanto que o psicólogo escolar (16ª divisão) atua essencialmente a nível prático, cuidando de potenciar o desenvolvimento intelectual e socio-emocional da criança, através da intervenção em atividades de orientação, avaliação, etc. Contudo, também estas circunscrições não estão isentas de divergências no interior de cada secção, quanto aos conteúdos, campos e processos de intervenção. As fronteiras não são claras e muitos psicólogos encontram-se inscritos em ambas as secções. De um modo geral, a Psicologia Educacional, uma disciplina autónoma, com o seu campo específico de investigação e intervenção, investe mais na investigação, procurando fomentar um cunho científico na dinâmica instrucional, enquanto que a Psicologia Escolar se revela mais prática e orientada para a resolução de problemas concretos que surgem no seio da escola, tanto ao nível de professores e alunos (e relações entre ambos), como também ao nível dos pais na sua interação com a escola. Em todo o caso, não se tratam de compartimentos estanques e isolados (Barros & Barros, 1999).