Psicologia Da Linguagem 1
A idade da linguística
As histórias da linguistica começam a popular após 1950. Trata-se de um saber muito antigo mas de uma ciência muito jovem. Há mais de dois milénios e meio, pelo menos, que o Homem realiza uma reflexão contínua sobre a linguagem. Assim, a sua história permitirá ver melhor em que é que consiste a sua especificidade.
Os Hindus, os Gregos e depois os Árabes lançaram as bases da análise fonética. A análise da palavra por parte dos primeiros, a classificação dos elementos da proposição por parte dos segundos eram nessa altura análises estruturais notáveis. Antes deles, a própria invenção da escrita testemunha o caminho do Homem no sentido da análise cada vez mais aprofundada das estruturas da linguagem. Isto porque para chegar à escrita alfabética foi preciso ter tomado consciência da existência das unidades mínimas que as letras materializam e que hoje se chamam de fonemas.
O grande movimento em torno das reformas da ortografia é activado pela invenção da imprensa e estimula o estudo da fonética até ao séc. XVIII. A fonética progride ao mesmo tempo que a anatomia, apaixona os inventores de estenografias e línguas artificiais e os professores de surdos-mudos. No séc. XIV escreve-se a gramática das línguas vulgares e no séc. XVI viajantes e missionários fornecem descrições de línguas ameríndias. São também desta altura os dicionários poliglotas e as primeiras classificações de línguas. No entanto, a perspectiva histórica na consideração das línguas permanece obnubilada por um problema insolúvel, o da origem da linguagem.
A gramática comparada
A grande revolução é a descoberta do sânscrito entre 1786 e 1816. O contacto entre a Europa e a Índia faz surgir com evidência o parentesco entre o latim, o grego, o sânscrito, as línguas germânicas, eslavas e célticas, o que faz cair por terra o a ideia das línguas-mãe de origem teológica ou filosófica. Isto faz relançar a procura da tal origem da linguagem.