Psicanalise e o campo da Saúde Mental
Introdução
O presente trabalho tem como objetivo articular conceitos sobre a psicanálise e as contribuições que a mesma trouxe para a prática clínica no campo da saúde mental. Diagnosticar, muitas vezes, servia para aplacar a angústia, ou seja, nomear o desconhecido. Tal procedimento promovia um enquadramento diagnóstico, e o paciente passava, então, a pertencer a determinado grupo classificatório: o grupo dos deprimidos, dos psicóticos, dos adictos e outros. Valendo-se de pesquisas e feitas nas obras de Freud, veremos como se deu o nascimento da psiquiatria e em que momento esta passou a se encontrar com a psicanálise.
O Nascimento da Psicanálise e a Reforma Psiquiátrica
No século XVIII, houve uma separação entre razão e desrazão, uma vez que os sujeitos passaram a ser vistos como portadores ou não da razão, sendo esta um atributo exterior ao sujeito, na verdade um conceito moral. O louco, o ser da desrazão, portava uma negatividade repelida pela sociedade, que, para e resguardar, os isolava.
“Este processo teve como correlato institucional a chamada grande internação que excluiu e confinou os habitantes do heterogêneo mundo do desatino, no qual conviviam loucos, miseráveis, libertinos, devassos, hereges, venéreos.”(Cadernos IPUB, nº 3, Octavio Domont de Serpa Jr., 1999, pág 27)
Esse se tornou o período conhecido como a “grande internação”, movimento q tratou de segregar as pessoas com problemas psíquicos e de excluí-las do convívio social.
Neste contexto a psiquiatria desenvolve um caráter normativo, onde o médico é quem dita às normas, ele é quem sabe o que é melhor para o doente, já que propriedade da razão. O objetivo geral do tratamento consiste então na restauração da razão perdida, principalmente através de medicamentos (a era da medicamentação persiste até os dias de hoje, agora mais do que nunca, as pessoas preferem o alivio do sintoma proporcionado pelo medicamento ao tratamento mais lento