Psicanalise segundo freud
FREDERICO CELENTANO
Uma visão sobre as teorias e as práticas psicanalíticas
“Neurose e Psicose” e “A perda da realidade na Neurose e na Psicose” por fcelentano
“Neurose e Psicose” e “A perda da realidade na Neurose e na Psicose” – Freud, Obras Psicológicas Completas, vol. XIX.
“Cinzenta, meu querido amigo, é toda teoria,
E verde somente a árvore dourada da vida.”
Mefistófeles em Fausto, Parte I Cena 4
Para Freud o Eu é uma instância psíquica que realiza uma intermediação entre o mundo externo e o Isso – ou ID – este sendo o depósito de nossas pulsões (que podem se transformar em uma força que é a libido). O Eu, também faz uma intermediação entre o mundo externo e o Supereu, herdeiro da figura do pai introjetada a partir da resolução do Édipo e que se transforma na consciência moral e crítica do sujeito. Nesse sentido, ressalte-se que o Supereu não seria propriamente o representante da realidade e suas exigências, já que também tem uma parte mergulhada no inconsciente e é orientado pelo material reprimido a partir da castração.
Sendo assim, o Eu está sempre tentando servir a vários senhores – ao Isso e aos seus impulsos, ao Supereu e suas observações críticas e ao mundo externo com todas suas exigências.
Dessa forma, além da melhor compreensão do funcionamento psíquico, a segunda tópica permite lançar um novo olhar sobre fenômenos já conhecidos como a neurose e a psicose.
A neurose, segundo essa teoria, seria o sintoma resultante de um conflito entre o Eu e o Isso, ao passo que a psicose seria o desfecho análogo de um “distúrbio nas relações entre o Eu e o mundo externo”.
As neuroses transferenciais se dão através de um recúo do Eu para aceitar um impulso do Isso ou ajudá-lo a encontrar um escoador ou motor ou, ainda, a recusar o objeto visado pela pulsão. Se há, portanto repressão, o material recalcado criaria uma representação substitutiva – o sintoma. Mas o Eu reconhece o sintoma como um intruso, como um vazamento nas paredes