Pré Plano Real
No governo Figueiredo a inflação alta dava sinais de que tinha vindo para ficar. O menor índice registrado no período foi de 94% (em 1981). Apesar de uma breve esperança no início do Plano Cruzado, a inflação voltou com força total. Entre 1987 e 1993 os brasileiros foram apresentados ao monstro da hiperinflação. Em sete anos a inflação ultrapassou os 1.000% cinco vezes!
A inflação era prejudicial a todos os setores da sociedade, sendo os mais pobres os mais afetados. Nenhuma medida foi tão drástica na redução da pobreza e da extrema pobreza como o Plano Real. (Por drástica me refiro à velocidade das mudanças.) Entre 1993 e 1995 a proporção de famílias pobres e extremamente pobres caiu de 51% para 39%!
Em cinco décadas, economistas irresponsáveis ou políticos sem a devida convicção fizeram do Brasil um tubo de ensaio para as teses mais esdrúxulas de combate à inflação. Planos ortodoxos foram abandonados pela metade. JK abandonou o plano de estabilização da dupla Lucas Lopes e Roberto Campos em 1959, percebendo que desaceleraria o crescimento. A bola de neve inflacionária cairia no colo de João Goulart, quando a inflação atingiu o pico do período - 86% - e minava o próprio crescimento econômico. Também Jango abandonou planos mais ou menos ortodoxos elaborados por Celso Furtado e, mais tarde, por Carvalho Pinto, quando