práticas avaliativas em ciências, geografia e história
Avaliando a avaliação no ensino de ciências, história e geografia
Jussara Hoffmann *
Avaliação e aprendizagem são termos que assumem múltiplas dimensões porque estão atrelados a diferentes concepções. Em primeiro lugar, avaliar é, por essência, o ato de valorar, de atribuir valor a algo, de perceber as várias dimensões de qualidade acerca de uma pessoa, de um objeto, de um fenômeno ou situação. Estas percepções da "qualidade" do objeto avaliado poderão ser positivas ou negativas para aquele que avalia, e como os avaliadores são pessoas diferentes, tais avaliações serão sempre subjetivas e arbitrárias (no sentido do livre-arbítrio de quem opina a respeito).
O termo aprender também absorve múltiplos entendimentos. No sentido pleno do termo, segundo Piaget, um dos maiores teóricos do último século, toda a aprendizagem só se dá no âmbito do desenvolvimento geral do sujeito. Para Jacques Delors (2000. In: Carvalho, 2002), são quatro os pilares que, se valorizados, permitirão fazer da educação um instrumento para viver junto e em paz: aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a viver junto, aprender a ser1. Portanto, o conceito de aprendizagem, a partir dos grandes teóricos, é cada vez mais ressaltado em sua complexidade e abrangência, o que é fortemente significativo ao se analisar a expressão: avaliação da aprendizagem.
Introduzo este texto com tais considerações, para alertar sobre a multidimensionalidade da tarefa de avaliar-se aprendizagens. Penso que esteja cada vez mais claro para os professores que não é possível se reduzir este compromisso ao simples preenchimento dos três pontinhos: o aluno aprendeu que... Não é preenchendo essa frase com itens de conteúdo (o aluno aprendeu que os mamíferos são classificados em selvagens e domésticos...) que iremos responder a tais perguntas com seriedade e significado. Também não se pode mais acreditar que se possa descrever e analisar o complexo