Prática Trabalhista OAB
Ao realizar a crítica do conhecimento unitário, de uma ciência que seria privilégio de alguns, FOUCAULT buscou destacar a importância daqueles saberes locais, não legitimados. O autor não desconhecia que os saberes desencavados, até então encobertos pelo saber científico, poderiam cair na tentação de eles próprios serem por este anexados em seu discurso unitário a partir de uma recodificação que de certa forma os reunificaria. Porém, tal desafio é lançado sob a certeza do autor de que suas indagações não buscam um coroamento teórico rumo à unificação, mas a identificar quais mecanismos de poder são exercidos em níveis diferentes da sociedade. O instrumental seria o conhecimento de que o poder não se dá, nem se troca, nem se retoma, mas simplesmente se exerce e só existe quando exteriorizado por um ato, sendo não uma manutenção e recondução das relações econômicas, mas uma relação de força.
Até intuitivamente, o dia-a-dia demonstra que o poder, realmente, está relacionado a uma situação de força, exercida por alguns e em determinadas circunstâncias, como por exemplo o poder da fiscalização estatal no exercício de seu “poder” de polícia, reprimindo condutas individuais em prol de uma coletividade que, na formação do poder político, cedeu um pouco de seus poderes; ou, sob viés oposto, se é que podemos afirmar isso, haja vista os objetivos