Prova Petruquio
Instituto de Estudos Estratégicos - INEST
Disciplina – Teoria das Relações Internacionais I - DEI00009
2. Durante a maior parte do século XIX, um novo cenário mundial era visualizado, caracterizado por uma paz duradoura, que muitos acreditavam que seria permanente, porém as forças da industrialização e do nacionalismo exacerbante criaram o estopim para que novas tensões ocorressem. E foi nesse contexto que o britânico Norman Angell escreveu uma das suas obras mais consagradas no campo de estudo das relações internacionais: A Grande Ilusão. A obra analisa e refuta durante todo o momento os axiomas da política internacional do fim do século XIX e do começo do século XX, baseado na explosiva tensão ocorrente entre a Alemanha e Inglaterra, com o intuito de sublinhar a real faceta da guerra: "a guerra não é impossível, mas é inútil" (ANGELL, 1911, prefácio1). Entre os estadistas era quase unânime entre eles a teoria da seleção natural nas relações interestatais: a sobrevivência dos mais fortes em decorrência da extinção dos menos aptos no cenário internacional. Para que isso fosse possível, somente o poder nacional e a expansão territorial têm a capacidade de oferecer aos seus cidadãos, por meio da guerra, boas oportunidades, riquezas, bem-estar social, excluindo desses privilégios nações menores. Refutando essa filosofia predominante, Angell afirma que as relações entre as modernas economias comerciais, industriais e financeiras de sua época são muito diferente das economias de períodos anteriores. Em sua contemporaneidade, há uma interdependência entre as nações, marcada, principalmente, pelo o fenômeno da subordinação financeira recíproca entre as nações, fortificada pelo desenvolvimento dos meios de comunicação, contrastada, no entanto, com períodos anteriores, no qual havia uma relativa autonomia entre os países, causada por uma divisão do trabalho ainda embrionária. Para demonstrar sua teoria, Angell toma como