Prova - História Ibérica II
1. Do poema de Ayala, podem se depreender uma série de questões sobre os diversos significados da Corte nas monarquias ibéricas durante a alta Idade Moderna. O poema coloca, primeiramente, a problemática das “casas reais”, o monarca não possui um só lar, as relações diplomáticas envolvem uma dinâmica, deve o rei possuir mais de uma morada ao longo de seus domínios. Tais mudanças implicam uma série medidas, mesmo de cunho social, a manutenção desses espaços de onde “emanava” o poder era extremamente complexa. Aí se insere também outro elemento característico da sociedade de cortes, dessa relação “diplomática” que existia entre o rei e seus vassalos: a concessão de cargos. A existência dessas “casas reales” significava existência de grande número de funcionários a servir o rei, e mesmo funções como de checar as condições do quarto real eram muito importantes. O monarca, ainda que ausente, tinha necessidade de agradar seus súditos através da distribuição de cargos.
Essa parte mais funcional da vida de corte relaciona-se com aquilo que é próprio de uma sociedade confessional, a busca pelo reconhecimento é um dos motores da sociedade, o ofício do indivíduo é decisivo na sua “ascensão” à nobreza. Essa sociedade tem por corolário uma rede competitiva que orbita em torno da figura do rei. Ainda acerca dessa questão da nobreza, aspecto interessante de destacar-se é o distanciamento que a vida cortesã proporciona em termos sociais. A vida em corte significa viver de acordo com uma série de rebuscadas normas sociais que tem caráter distintivo. Esse cerimonioso cotidiano tinha também caráter pedagógico, facilmente observado durante as “festas de corte”, excessivamente ritualizadas, deleitosas somente num sentido de primazia pela técnica. Ainda, esses rituais que circundam o modo de viver cortesão explicitam a conquista do tempo: tais práticas só eram possíveis a uma elite antes “guerreira” inserida numa violenta sociedade, agora