Protestos ocorridos em 2013
O filme em todo tempo mostra os motivos da crise da educação defendidos pela Hanna Arendt. Em um primeiro momento podemos perceber a escola como reprodutora da desigualdade social, fica bem evidente. Tenho a impressão que o estrangeiro na escola torna isso ainda mais concreto e evidente. Os alunos cujos pais não falam francês e não são escolarizados sofrem mais. A escola é apenas parte do processo de aprendizagem. Se não há pais atentos, dispostos a compartilhar a aprendizagem escolar, aos poucos, o aluno vai desistindo. Aqui temos um problema importante: se a maior parte das famílias trata o poder simbólico como trivialidade – o exemplo da conjugação verbal no subjuntivo – como esperar que a escola consiga fazer seu trabalho? E como a escola pode bolar estratégias para fisgar justamente esse aluno sem apoio familiar? Em um segundo momento, temos o lado do professor, que há o desejo onipotente de transmitir o saber, de “guiar” os alunos, de levá-los para o caminho do bem. Do lado dos alunos, há sempre o desejo de serem ouvidos, de serem atendidos, de não cumprirem as regras. Por outro lado, há um pacto da mediocridade da instituição escola que faz aparecer o aluno absolutamente incompetente e avesso ao saber. Esse é o ponto central dos afetos na escola. Para introduzir a criança ao mundo, Arendt trabalha o conceito da esfera pública. Este conceito consiste no espaço onde se realiza de forma legítima a formação humana, na qual ele pode, com liberdade, se expressar, se criar. E podemos perceber no filme a hierarquia da escola que não permite que o aluno possa demostrar sua naturalidade, pois a língua francesa é passada de forma igual para todos os alunos, sendo eles naturalmente franceses ou não. É preciso ter consciência de que o papel principal da Educação não consiste essencialmente numa formação técnica, mas sim na