prostituição na adolescência
Adolescência significa época de transição. Mudanças e descobertas. Curiosidade pelo sexo oposto. Um período complexo que importa acompanhar de perto. A relação com o próprio corpo ganha importância. A prostituição não pertence exclusivamente ao mundo dos adultos. É preciso descodificar sinais, entender comportamentos. O assunto não é abordado nos manuais escolares. Pais, professores, familiares e técnicos de saúde devem estar de olhos bem abertos. "A prostituição na adolescência pode aparecer nos meios socialmente desfavorecidos como uma forma de alterar um registo deficitário na estrutura familiar, mas é acompanhada de vergonha, humilhação e estruturação emocional e psicológica que permitam lidar com uma realidade agressiva e violenta. Por vezes, repetem-se padrões familiares, numa reprodução fatal de quem não consegue romper ciclos socialmente impostos sem rupturas ou saídas pois as oportunidades não existem." Catarina Agante, psicóloga do Serviço de Psicologia e Orientação do Agrupamento de Escolas de Miragaia, aborda a prostituição na adolescência de diversos ângulos.
"Numa outra dimensão, temos uma prostituição que se associa a um estilo de vida onde a promiscuidade sexual se associa a uma transição para as relações interpessoais e a autonomia de vida acaba por se entrecruzar com relações das quais provêm bens materiais ou financeiros que socialmente não têm qualquer conotação pejorativa", refere. Modelos de vida que, sublinha, "estão confinados a níveis socialmente mais favorecidos" e em que "não existe a conotação da prostituição associada à prática do sexo em troca de uma recompensa". Ou seja, o não imediatismo da recompensa não vincula o acto.
Há sinais relevantes: absentismo escolar, vestuário mais audaz e