Proposta de Tratamento Fisioterapêutico para Crianças
ARTIGO
Proposta de Tratamento Fisioterapêutico para Crianças
Portadoras de Paralisia Cerebral Espástica, com Ênfase nas Alterações Musculoesqueléticas
Ana Paula Marega Cargnin*
Carla Mazzitelli**
RESUMO
A paralisia cerebral ou encefalopatia crônica não-progressiva é o termo usado para designar um grupo de desordens sensoriomotoras, resultante de lesão cerebral nos primeiros estágios do desenvolvimento. Essas desordens caracterizam-se pela falta de controle sobre os movimentos, por modificações adaptativas do comprimento muscular, podendo, em alguns casos, resultar em deformidades ósseas. Este trabalho visa à elaboração de uma proposta de tratamento fisioterapêutico com ênfase na abordagem das principais alterações musculoesqueléticas das crianças com paralisia cerebral espástica tetraparética, diparética e hemiparética. Os resultados deste estudo detalham exercícios para mobilidade, estabilidade articular, força e treino funcional, para que essas crianças obtenham independência e qualidade de vida.
Unitermos: Paralisia cerebral, tratamento fisioterapêutico, deformidades musculoesqueléticas.
Introdução
A paralisia cerebral (PC), também denominada encefalopatia crônica não-progressiva da infância, é conseqüência de uma lesão estática, ocorrida no período pré, peri ou pós-natal que afeta o sistema nervoso central em fase de maturação estrutural e funcional 17. É uma disfunção predominantemente sensoriomotora, envolvendo distúrbios no tônus muscular, na postura e na movimentação voluntária.
Esses distúrbios caracterizam-se pela falta de controle sobre os movimentos, por modificações adaptativas do comprimento muscular, resultando, em alguns casos, em deformidades ósseas21.
O comprometimento neuromotor dessa doença pode envolver partes distintas do corpo, resultando em classificações topográficas específicas (tetraplegia, hemiplegia e diplegia), sendo a forma espástica a mais encontrada em crianças com paralisia cerebral.
Outro tipo de classificação é a baseada