Proposta Curricular do Estado: da intencionalidade à aplicabilidade
Através da leitura da Proposta Curricular para Ciências Humanas do Estado de São Paulo para Ensino Fundamental (ciclo II) e Ensino Médio verifica-se a presença bastante relevante da preocupação em assegurar uma educação que construa conhecimento e que se oponha as características da educação tradicional onde o professor era considerado o detentor de todo o conhecimento válido e tinha como papel transferir este conhecimento ao aluno, como numa transferência bancária em que o conhecimento é tratado como algo material e palpável que pode ser transferido de um lugar a outro. O currículo proposto esforça-se no sentido de valorizar as competências e habilidades desenvolvidas pelo estudante, ao invés de reduzir o conhecimento a conteúdos assimilados, que muitas das vezes podem ser meramente decorados. Há também considerável comprometimento em trazer a produção de conhecimento para as vivências corriqueira dos estudantes afim de torná-lo mais próximo a este e por esta razão mais atraente, a valorização do pensamento ciêntífico também toma evidência, lado a lado, com o fomento do senso crítico, a autonomia intelectual e o incentivo ao desenvolvimento da cidadania. Infelizmente a proposta curricular é insuficiente para que se conheça a totalidade das intenções do sistema educacional do Estado de São Paulo, primeiro porque faz-se necessário conhecer uma série de outras informações que não estão descritas no documento, tais como: quantas horas o estudante passa na escola? Quantas aulas de cada disciplina cada turma tem por semana? Quantos minutos dura cada aula? Como são organizados os estudantes dentro da escola? E em segundo lugar, é preciso conhecer qual a configuração dos espaços físicos das escolas, a organização de seus calendários e horários de entrada, saída, intervalo, recesso e férias; seus métodos disciplinares, as suas normas internas e externas e maneira como são elaboradas, suas formas de deliberação, o regime de trabalho e a formação de seus