Proposições da Ética em Spinoza

Proposição 1. Uma substância é, por natureza, primeira, relativamente às suas afecções.
Através das definições 3 e 5, Spinoza prova que não existe nada, fora do intelecto, além das substâncias e suas afecções.

Proposição 2. Duas substâncias que têm atributos diferentes nada têm de comum entre si.
Spinoza explica essa proposição usando a definição 3: “Por substância compreendo aquilo que existe em si mesmo e que por si mesmo é concebido, isto é, aquilo cujo conceito não exige o conceito de outra coisa do qual deva ser formado.”

Proposição 3. No caso de coisas que nada têm de comum entre si, uma não pode ser causa de outra.
Spinoza valida essa proposição através do axioma 5, não se pode compreender, uma por meio da outra, coisas que nada têm de comum entre si; ou seja, o conceito de uma não envolve o conceito da outra.

Proposição 4. Duas ou mais coisas distintas distinguem-se entre si ou pela diferença dos atributos das substâncias ou pela diferença das afecções dessas substâncias.
Baruch valida essa proposição através do axioma 1 “Tudo o que existe, existe em si mesma ou em outra coisa” e as definições 3,4 e 5.

Proposição 5. Não podem existir, na natureza das coisas, duas ou mais substâncias de mesma natureza ou de mesmo atributo.
Baruch demonstra aqui que só pode haver uma única substância.

Proposição 6. Uma substância não pode ser produzida por outra substância.
É demonstrada através da proposição 3, uma não pode ser causa da outra, uma substância não pode ser produzida por outra.

Proposição 7. À natureza de uma substância pertence o existir.
Só há uma única substância absolutamente infinita ou Deus.

Proposição 8. Toda substância é necessariamente infinita.
Seria necessário, para que a substância (ser) fosse finita, que houvesse outra substância com mesmo atributo (essência) da primeira (definição II). E isso é impossível já que é exatamente a essência que distingue as substâncias. Portanto, Spinoza propõe que o ser é infinito simplesmente por não ter