Ética
Spinoza sustentava que existe um sentido no qual as definições podem ser corretas ou incorretas. Uma definição confiável, ele afirmava, deveria deixar clara a possibilidade ou a necessidade, conforme possa ser o caso, da existência do objeto que foi definido. Portanto, uma definição correta é sempre verdadeira e a partir dessa definição se podem deduzir outras verdades; e por via de tais deduções é possível construir um sistema metafísico isto é, uma apresentação do mundo como um todo perfeitamente inteligível. Estava convencido de que cada aspecto da realidade é necessário e que toda possibilidade logicamente coerente deve existir. Portanto é possível demonstrar a metafísica dedutivamente, através de uma série de teoremas derivados, etapa por etapa, de conseqüências necessárias a partir de premissas auto-evidentes, expressas em termos que são auto-explicativos ou definidos com uma correção inquestionável. Porém tal método garante conclusões verdadeiras somente se os axiomas são verdadeiros e as definições corretas. Com este pensamento, voltou-se para o método geométrico à maneira dos Elementos, de Euclides. Sua obra prima, a "Ética", foi escrita desse modo - "Ordine Geometrico Demonstrata". O que Spinoza quer dizer com "prova geométrica" é precisamente que, se aceitamos as definições e os axiomas dados, e desde que as deduções sejam corretamente feitas, então temos que aceitar as conclusões. Cada uma das cinco partes da "Ética", sua obra fundamental, abre com uma lista de definições e axiomas, dos quais são deduzidas várias proposições, ou teoremas. Porém, porque a Ética começa justamente com uma definição básica, a definição de