Projetos de investimento
APLICAÇÃO DO MÉTODO DE MONTE CARLO1
Adriano Leal Bruni(*) Rubens Famá(**) José de Oliveira Siqueira(***)
INTRODUÇÃO
A avaliação de projetos de investimento comumente envolve um conjunto de técnicas que buscam estabelecer parâmetros de sua viabilidade. Comumente esses parâmetros são expressos pelo Payback (Pb, prazo de retorno do investimento inicial), da TIR (taxa interna de retorno) ou do Valor Presente Líquido (VPL, resultado dos fluxos de caixas, descontados a data zero pelo custo de capital do projeto e subtraído do investimento inicial). Porém, poucas são as considerações formais sobre os riscos que envolvem os fluxos de caixa de um projeto. A forma mais comum dá-se com a análise de sensibilidade, que costuma envolver a
Reprodução integral de: Bruni, A. L., Famá, R. & Siqueira, J. O. (1998). Análise do Risco na Avaliação de Projetos de Investimento : Uma Aplicação do Método de Monte Carlo. Caderno de Pesquisas em Administração, volume 01, número 06, 1o trimestre, pp. 62-74. (*) Mestrando do Programa de Pós-Graduação da FEA/USP. E-mail : albruni@usp.br. (**) Professor, doutor do Programa de PósGraduação da FEA/USP. E-mail : rfama@usp.br. (***) Professor do Departamento de Administração da FEA/USP. E-mail : siqueira@usp.br.
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simulação de resultados para vários níveis de custo de capital e/ou taxa de crescimento de receitas. Quando o VPL é adotado como parâmetro de decisão, o tratamento matemático formal envolve a determinação do seu valor médio e de sua variabilidade (ou risco, expresso sob a forma de desvio padrão) calculados a valor presente dos fluxos de caixa deste projeto. A obtenção da média não seria um complicador, já que o seu cálculo é simples, resultante da ponderação das outras médias de cada fluxo de caixa. Entretanto, a determinação do risco, conforme Markowitz já havia estabelecido em seu artigo “Portfolio Selection”, publicado no Journal of Finance em junho de