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Um dos pressupostos teórico-metodológico a ser utilizado ao longo deste trabalho será o do Bilingüismo, cuja perspectiva compreende que o indivíduo surdo deva adquirir sua língua materna, língua de sinais, e a língua oficial do seu país. Há de se destacar a importância dessas duas línguas (Língua Portuguesa Brasileira – LP e Língua Brasileira de Sinais- LIBRAS) na vida do surdo, uma vez que se trata de um indivíduo bicultural ,ou seja , aquele que está inserido ao mesmo tempo em mais de uma cultura, neste caso, a cultura surda e a cultura do ouvinte. Na cultura surda não há o sentimento da perda auditiva. Se observarmos o conteúdo expresso em uma apostila de Ensino de Língua Portuguesa para Surdos (2004) do Programa Nacional de Apoio à Educação dos Surdos1, do Ministério da Educação, constatamos que “não há limite entre a grandeza e a pequenez, e nenhum ser humano é exatamente igual a outro. Podemos concluir que ser surdo não é melhor nem pior que ser ouvinte, mas diferente” (p. 37), uma vez que o indivíduo surdo “tem uma forma peculiar de apreender o mundo que gera valores” (p.40). Já que esse indivíduo compartilha duas culturas, necessita saber se comunicar e se apropriar das linguagens que lhe permitiram interagir nessas culturas. No que diz respeito à abordagem sócio-interacionista, a linguagem é percebida como interação e intervenção do indivíduo em seu meio social. Verificamos, portanto, que a língua materna do surdo é a LIBRAS2, uma vez que é esta a língua que ele adquire espontaneamente e que ele pode dominar plenamente, pois utiliza o meio espaço-visual, que é o normalmente