Projeto Ético Político do Serviço Social

No texto “O projeto ético-politico profissional do Serviço Social; o sentido da ruptura”, Iolani Soares da Silva disserta sobre o processo de consolidação do projeto de ruptura que, segundo Netto se divide em três esferas: 1) reconceituação do Serviço Social que teve inicio no ABC paulista, do qual emerge a necessidade da reconceituação do conservadorismo no Serviço Social; 2) aproximação das escolas de Serviço Social de interpretações marxistas, o chamado marxismo sem Marx, em 1979, impulsionadas pelo CBAS (Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais); 3) aproximação da categoria profissional com as obras de Marx, o que impulsionou a ruptura, de fato, com o conservadorismo a partir de 1982, com a publicação do livro “Relações Sociais e Serviço Social no Brasil” de Marilda Iamamoto. No texto analisado, a autora destaca a importância da década de 1990 como um momento de superação da profissão, que antes tinha como objeto de estudo e trabalho a luta entre a classe trabalhadora e a burguesia. Agora, a profissão se volta para valores humanos genéricos e passa a se preocupar com aqueles que não integram a classe trabalhadora e nem os sindicatos. Nesse momento, as condições vinculadas impunham a necessidade de uma perspectiva crítica que rompesse com a conjuntura dos anos precedentes.
O projeto de ruptura do Serviço Social traz um movimento dialético, que passou por diversas transformações que se traduzem em retrocessos e progressos. Os progressos trazem a continuidade de valores ético-políticos, teórico-metodológicos e a ruptura da profissão com o tradicionalismo: assim, o Serviço Social assumiu caráter politico, mas também revelou falhas na teoria marxista (marxismo sem Marx), que, neste momento, influenciava o Serviço Social.
O compromisso ético-político assumido pelo Serviço Social exige que a profissão atenda não somente às demandas de uma classe, mas que, além disso, se comprometa com valores humanos genéricos, levando a categoria a formular estratégias