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O vírus causador da hepatite C (VHC)
O vírus da hepatite C, um membro da família flaviviridae, foi identificado por Choo e colaboradores (1991), apresentando-se, a partir daí, como o principal agente etiológico das hepatites crônicas não-A não-B. O genoma do VHC consiste de aproximadamente 10.000 nucleotídeos e apresenta uma única e contínua janela aberta de leitura (ORF), que codifica uma poliproteína precursora de aproximadamente 3.000 aminoácidos (Choo et al. 1991). Essa poliproteína é processada em 10 grupos de proteínas funcionais e apresenta uma região 5’ não codificante (5’RNC), altamente conservada, com 92% de homologia na seqüência entre as diferentes variantes genéticas do vírus, com um sítio de entrada interno do ribossomo (IRES). A região 3’ do genoma contém um segmento não traduzido. As proteínas estruturais compreendem uma proteína de capsídeo (core), duas proteínas de envelope E1 e E2, onde a região E2/NS1 representa a região de hipervariabilidade genética (HVR1 e HVR2) e glicoproteínas estruturais. Outras proteínas não estruturais (NS) incluem, entre outras, protease, helicase e RNA polimerase (Figura 1).
Figura 1: Representação do genoma do vírus da hepatite C.
Epidemiologia da hepatite C
O VHC é transmitido principalmente pelo uso de drogas intravenosas e administração de sangue e hemoderivados. A transmissão sexual é incomum (EASL 1999; NIH 2002). No Brasil, métodos de controle introduzidos a partir de 1992, incluindo testes sorológicos em bancos de sangue reduziram drasticamente a transmissão (Kupek 2001).
A hepatite crônica pelo vírus C (VHC) representa, na atualidade, um dos maiores problemas mundiais de saúde publica. Estima-se uma prevalência global média da hepatite C em torno de 3%, somando-se um total de 180 milhões de portadores do VHC, aproximadamente quatro vezes a população acometida pelo HIV (NIH 2002; EASL 1999). Em países industrializados, o VHC contribui para 20% dos casos de hepatite aguda, 70% dos casos de