Projeto folclore
Antes de mais nada podemos observar, segundo Le Goff (1994), que o professor ao analisar a cultura, que está ligada intimamente com a memória, deve investigar determinado assunto tendo contato com suas fontes, os vestígios e os testemunhos do passado humano. Sabemos que os valores morais e sociais, as formulações políticas e os princípios éticos são historicamente condicionados. Em suma, os fatos históricos, originariamente constituídos pelo historiador como dados, devem ser reconstituídos como elementos de uma estrutura verbal que sempre é escrita com um propósito específico (manifesto ou latente). Quando tratamos de estudar determinado assunto com a utilização da memória, devemos nos ater a certos aspectos relativos à cultura regional, nesse caso a região norte. Para autores como Le Goff o uso desta fonte (a memória presente nas lendas, por exemplo) nada mais é do que uma transformação da história em contos. “Torna-se, pois, claro que a obra histórica não é uma obra de arte como as outras, que o discurso histórico tem a sua especificidade...” (Le Goff, 1994, p 38 )
Resumidamente, essa lenda conta que Tupã inventou a noite, mas escondeu-a, junto com os animais e encantos noturnos, dentro de um coco de tucumã, somente uma criatura sabia da existência da noite, a temível Cobra Grande, que vivia e reinava no Grande Rio escuro. Ela contou para sua amiga, a índia Moema, que se casou e ficou muito triste por não poder ver mais a noite. Um dia seu marido, o índio Tacunha ao perceber a tristeza da amada, resolve