Projeto de Pesquisa
Nossa cultura e mundo contemporâneo é um reflexo da alta carga de informação das mídias digitais, utilizando a internet como ferramenta e matéria-prima, homem e máquina fundem-se e tornam-se matéria midiática, matéria essa que necessita de estudo e análise, pois ao mesmo ponto que modifica o ser social, também o constrói e formula-o. Este trabalho visa abordar como os signos nas obras do artista plástico Michael Borras, no projeto intitulado Systaime, compostas por uma mescla de imagens estáticas, itens de internet e trechos escritos, podem ser entendidos e analisados através dos conceitos de signos discretos, não-discretos, signos convencionais e figurativos, chegando ao ponto de reflexão do seu efeito social decorrente dessas análises em alunos de fotografias.
A semiótica, por incluir na sua abordagem as linguagens verbais e as não-verbais, é um instrumento fundamental para se entender a linguagem de que trata o texto. Na abordagem dos signos, o trabalho enfatiza a visão do semioticista russo Iúri Lótman, que divide os signos em dois subgrupos. O primeiro diz respeito aos signos verbais ou convencionais e o segundo aos signos figurativos ou icônicos. Esses signos se comportam de formas diferentes. Os primeiros são fechados e fruto de convenções, enquanto que, os segundos são abertos e naturais.
A divisão sígnica de Lótman permite a compreensão da criação, uma vez que, na construção das imagens, podemos ter elementos verbais e/ou figurativos. Na outra categoria, temos os signos discretos e os não-discretos. Esses signos são diferentes, pois enquanto nos primeiros o sentido é gradativamente construído, nos segundos o sentido deve ser decomposto.
A escolha do projeto de Michael Borras deve-se pela variedade de conteúdo visual e trechos verbais, além de ser um ótimo exemplo de uma cultura contemporânea e permanentemente mutável; a cultura cibernética que domina e serve de reflexo social, tornando-se um ótimo objeto para uma análise semiótica,