Professora
A língua é um organismo vivo que se modifica ao longo do tempo. Palavras novas surgem para expressar conceitos igualmente novos; outras deixam de ser utilizadas, sendo substituídas.
Na época das grandes navegações, Portugal conquistou inúmeras colônias e o idioma português foi influenciado pelas línguas faladas nesses lugares, incorporando termos diferentes e novos. Desde o século XVI, época da formação do Português moderno, o português falado em Portugal manteve-se mais impermeável às contribuições linguísticas externas. Já o Brasil, em decorrência do processo de formação de sua nacionalidade, esteve mais aberto às contribuições linguísticas de outros povos. Atualmente, existem muitas diferenças entre o português que falamos no Brasil e o que se fala em Portugal. Tais diferenças não se limitam apenas à pronúncia das palavras, facilmente notabilizada na linguagem oral. O português que se fala no Brasil é resultado de muitas transformações, acréscimos e supressões de ordens morfológica, sintática e fonológica. Essas transformações passaram por três fases distintas: galego-português, português arcaico e português clássico. Passando ainda por outros dialetos até chegar ao português contemporâneo brasileiro.
A história do português brasileiro é um mergulho nas nossas raízes colônias e nossa origem marcada com tantos contatos linguísticos. Hoje se tenta explicar de três maneiras as diferenças do português do Brasil: hipótese conservadora, hipótese do contato e hipótese da deriva.
O mais provável é que, nos diversos pontos do território, em momentos diferentes, tenhamos a atuação de cada uma dessas forças – a conservação, a inovação estrutural e o contato linguístico que resultaram tanto nas diferenças do português do Brasil com relação ao de Portugal, quanto nas diferenças encontradas nos dialetos brasileiros. Mas é interessante observar que,