Professora
Maria Helena Guimarães e Castro: boa de ideias - e de briga
Poucos conhecem tanto sobre Educação brasileira quanto Maria Helena Guimarães de Castro. Que discute e bate o pé em nome do que acredita
12/12/2014 Texto Marion Frank
Foto: Maurício Mello
Maria Helena Guimarães avalia como têm sido os resultados das políticas públicas para a educação no Brasil
"Pergunta para a Maria Helena!".
É assim que se aconselham formadores de opinião diante de dúvidas sobre taxas relevantes do ensino no Brasil. Professora aposentada da UNICAMP, socióloga de formação com doutorado em Ciências Políticas, Maria Helena Guimarães de Castro é conselheira do Educar para Crescer e um dos nomes mais recorrentes entre especialistas, quando o tema diz respeito a políticas educacionais. "Consigo traduzir as articulações entre os níveis de governo, como é o padrão de financiamento etc.", diz ela, prática.
Secretária-executiva do ministério de Educação no governo Fernando Henrique Cardoso (2002), ela já esteve à frente do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas) e hoje é diretora da Fundação SEADE, em São Paulo. Por onde passa, no entanto, causa sempre impressão o ardor com que defende seus pontos de vista. "Como é que vou atrair bons professores, se o início da carreira é uma porcaria? E eu vivo brigando por isso, sou conhecida como ‘bicuda’, mas não tem jeito...", revela.
Do Brasil, que conhece de Norte a Sul, Maria Helena guarda memória das escolas de chão de terra "...que ainda hoje existem no interior da Paraíba, do Piauí, uma tristeza". Conheça mais sobre essa brasileira apaixonada na entrevista a seguir.
1. Ideologias à parte, estamos vivendo um momento de incertezas, às vésperas do segundo mandato do governo Dilma.
Maria Helena: Ninguém sabe para onde vai o País, não é mesmo?
2. Pois então, como vai a Educação no Brasil?
Maria Helena: Acho que vai mal - e por algumas razões. Houve, nos últimos quinze anos, um processo gradual de