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569 palavras 3 páginas
“O enigma de Kaspar Hauser”
Kaspar Hauser viveu por muitos anos isolado, confinado num porão sem contato com o mundo exterior. Era alimentado a pão e água e brincava com um cavalinho de madeira, ele nunca tentou andar, pois ficava preso ao chão por uma tira de couro.
Sem saber andar ou falar, Kaspar um dia é liberto de seu cativeiro e deixado em uma praça da cidade com uma carta na mão destinada ao capitão da cavalaria. O capitão lê a carta na qual se explica vagamente a história daquele homem e a partir daí Kaspar começa a viver em sociedade.
Tal qual uma criança, Kaspar tem de aprender a falar, andar, viver em sociedade e se adequar às regras da mesma, como usar talheres para comer, pois ele sempre usou apenas as mãos. As pessoas ao seu redor são pacientes e, como ensinariam a um garoto, ensinam Kaspar a falar. Repetem as palavras inúmeras vezes, apontam objetos e fazem mímicas para que ele possa entendê-las.
Kaspar Hauser não tem noção de perigo, não apresenta reflexos motores frente a uma espada sendo bruscamente aproximada de seu rosto e não conhece o fogo. Ao ver a chama de uma vela, acha interessante e tenta pegá-la, então descobre que aquilo dói, queima.
Com o passar do tempo ele aprende a falar, mas isso não é o suficiente para que ele possa entender o mundo a sua volta. Não consegue, por exemplo, entender ou expressar aquilo que sente ao ouvir uma música tocada ao piano e então, ele chora. Segundo Vygostky, os processos de funcionamento mental do homem são fornecidos pela cultura, através da mediação simbólica. Embora agora já tenha internalizado os signos, Kaspar não teve contato prévio com o meio social e cultural e por isso não consegue compreender os significados.
Por algum tempo Kaspar pensava que aquilo que sonhava havia realmente acontecido, pois no cativeiro provavelmente não sonhava, uma vez que sem interação com o meio social e sem mediação ele não poderia ter representação simbólica de coisas concretas. De acordo com Vygotsky a

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