professora
Esther Pillar Grossi*
Introdução
Iniciemos situando Educação como o âmbito amplo que abarcaria, numa representação espacial, em círculos concêntricos, a Pedagogia e a Didática, como no esquema que segue.
Aprender pode ser definido como a forma construída pelo bicho-homem de enfrentamento da realidade que o circunda e que lhe permite sobreviver ou, mais ainda, que lhe permite transformar o seu entorno com vistas a sua felicidade. Em face da complexidade e da amplitude dos fenômenos que regem os atos de aprender, a sua abordagem é intrinsecamente interdisciplinar. Assim, educação se faz obrigatoriamente a partir dos múltiplos enfoques, muito particularmente com a ótica e o concurso da área PSI em seus variados ramos. Vamos considerar aqui, desta área, de maneira mais próxima, a Psicologia
Cognitiva e a Psicanálise na perspectiva integradora entre ambas, que explicitou Sata Pain em A Função da Ignorância.
No esquema acima, a passagem do exterior ao interior está associada a um movimento cada vez mais especializado, do informal ao formal.
Assim, Educação na região exterior à Pedagogia, compreenderia as responsabilidades e as atuações da sociedade como um todo em suas ações (não propriamente intencionais) provocadoras de aprendizagens. Tratar-se-ia da atmosfera que se gera, pelo tipo de organização social e material dos agrupamentos humanos.
À Educação competem todos os detalhes, em toda a amplitude das situações que produzem ou provocam aprendizagem.
Consideramos Educação como o campo característico da categoria dos humanos, porque a definimos como a esfera das aprendizagens.
Ela é característica do humano, uma vez que o homem tem como sua marca definidora o fato de ser um ser de cultura, por conseguinte, um ser que aprende.
* Doutora em Psicologia Cognitiva pela Universidade de Paris. Secretária Municipal de Educação de Porto Alegre. Coordenadora de Pesquisas do GEEMPA
Em Aberto, Brasília,