Professora

A performance musical é uma tarefa multi-facetada e como tal a investigação neste campo tornou-se interdisciplinar nos anos mais recentes. Presentemente podemos afirmar que a aprendizagem em artes, nomeadamente de música, traz benefícios ao desenvolvimento pessoal, social e cognitivo dos estudantes. No que se refere aos aspectos pessoais e sociais, existem estudos longitudinais que abordam efeitos individuais, sociais e motivacionais do envolvimento especificamente em música e nas belas artes em geral. Em particular, existe evidência experimental de que a participação em actividades musicais aumenta a auto-estima (Costa-Giomi, 2004), sendo que as competências sociais incluem a diminuição em agressividade e comportamento anti-social, assim como o aumento em comportamento pro-social (Bastian, 2000). Quanto ao desenvolvimento cognitivo dos estudantes, mencione-se que nas últimas décadas têm surgido vários estudos que apontam a existência de correlações entre ensino/ aprendizagem de música e competências cognitivas fundamentais subjacentes às aprendizagens da leitura, da escrita e da matemática, entre outras disciplinas académicas, permitindo concluir que o envolvimento em música potencia o desempenho académico.
A performance musical, mesmo nos seus níveis mais elementares, requer a gestão de um vasto leque de capacidades cognitivas, motoras, perceptuais e sociais. Juntas permitem o controlo vocal e instrumental, insight interpretativo, e coordenação próxima e sincronia com co-performers. Estas capacidades são ainda influenciadas pelos constrangimentos físicos que advêm do intenso estudo bem como pelos requisitos que advêm de tocar ou cantar em sítios diferentes e perante diferentes tipos de público. Torna-se assim claro que há um potencial enorme para aprofundar o conhecimento sobre a performance musical através do discurso e debate interdisciplinar. Dada a natureza diversa da performance musical, também se torna claro que tal discurso terá