Professora

Microbiota

Nos últimos anos o aumento no interesse sobre o papel dos prebióticos e probióticos na promoção da saúde e no funcionamento intestinal determinou um incremento na produção científica nesta área do conhecimento.
A influência do ambiente na microbiota intestinal ocorre desde o nascimento, considerando que existem diferenças na colonização bacteriana no cólon de crianças nascidas por parto normal ou cesárea1. Por sua vez, a influência do ambiente sem condições adequadas de infra-estrutura e saneamento básico na microbiota do intestino delgado vem sendo valorizada há mais de 50 anos, especialmente nos estudos sobre enteropatia ambiental ou tropical. Nesta situação pode ser observado sobrecrescimento bacteriano no intestino delgado, provavelmente, como conseqüência de condições ambientais inadequadas que proporcionam alto risco de contaminação2.
Sobrecrescimento bacteriano pode ser considerado um indicador da enteropatia ambiental que acomete grupos populacionais que vivem em condições de saneamento básico inadequadas4,7-9. Na enteropatia ambiental observam-se também anormalidades funcionais do intestino delgado (redução da absorção da D-xilose) e morfológicas (redução na altura das vilosidades e aumento do infiltrado linfoplasmocitário da lâmina própria)2,10.
Um método não invasivo comumente utilizado na investigação do sobrecrescimento bacteriano é o teste respiratório. Este teste consiste na administração de um carboidrato, como a lactuose, que ao ser degradado e metabolizado pelas bactérias na luz intestinal produz um aumento nos níveis de hidrogênio no ar expirado11. A eficiência do teste respiratório é dependente da presença e da localização da flora bacteriana fermentadora. No caso de sobrecrescimento bacteriano no intestino delgado observa-se que a população bacteriana migra do cólon a nível proximal fermentando o substrato precocemente12.
Evidências recentes indicam que as bactérias fecais cultiváveis representam apenas uma fração do