Professor e salário
A profissão docente é marcada, historicamente, por queixas, reclamações e protestos por parte dos profissionais da educação. Em todas as épocas, da história antiga à contemporânea, percebe-se um nítido descontentamento dos professores com relação aos salários aviltantes e, consequentemente, com a desvalorização do magistério. Seja contra governos, seja contra mercadores do ensino, donos de escolas particulares, os professores jamais estiveram satisfeitos com a sua situação salarial e profissional. A baixa remuneração não só piora as condições de vida como, muitas vezes, impacta diretamente na qualidade do ensino, pois o professor mal remunerado se vê forçado a completar sua renda a partir de outros vínculos empregatícios. Muitas vezes, trabalha em até três turnos diários dando aulas em várias escolas. Quando a educação se torna fenômeno de massa, mormente a partir da Revolução Francesa, somando-se à entrada da mão de obra feminina nesse mercado de trabalho, as queixas se avolumam ainda mais. O propósito da investigação que estamos procedendo é o de sistematizar as queixas dos professores, em cada período histórico, percorrendo a História da Educação, com destaque para a História da Educação Brasileira. A bibliografia já levantada é farta em exemplos nos quais os professores são apontados como miseráveis, ou mesmo servindo como motivo de chacota devido aos seus parcos salários. O trabalho em andamento produzirá um relatório de quatro capítulos sendo um para a História Antiga e Medieval; um para a Moderna; outro para a História Contemporânea. O quarto capítulo e a conclusão serão dedicados à História da Educação Brasileira. Ao final, pretende-se que o estudo seja publicado e que sirva de instrumento a favor da luta dos professores no sentido da conscientização do ser