Professor reflexivo

I. REFLEXÃO INTRODUTÓRIA

Há alguns anos atrás, o professor considerado ideal era aquele que cumpria na perfeição as medidas impostas pelas orientações curriculares uniformes e centralistas. Confesso que desde a minha infância nunca tive o prazer de desfrutar de um método de ensino que não fosse unicamente o transmissivo e em que os alunos eram meros reprodutores do conhecimento. Apenas no estágio supervisionado e talvez no último ano curricular da minha licenciatura me foi dado a conhecer que os alunos também devem ter um papel activo no processo de ensino – aprendizagem. È com o surgimento da sociedade de informação e da globalização do conhecimento, bem como da escolarização de massas que começou a entrar em crise o paradigma educativo anterior e que começou a emergir um outro, que considerava que a teoria – prática reforça a concepção de currículo não como produto mas sim como processo. “Enquanto processo, define-se como proposta que pode ser interpretada pelos professores de diferentes modos e aplicada em contextos diferentes” (J. Pacheco, 1996 apud J. Nunes, 2000:6). Actualmente, assistimos a uma transição metamórfica do professor técnico “que pode ser definido como se ensinar bem seja equivalente a eficiente performance que permite atingir fins que foram prescritos por outros” (J. Halliday, 1998:597) para o professor reflexivo que reformula continuadamente os meios e os fins da prática reflexiva. Segundo J. Halliday (1998:598) “esta prática reflexiva parece sugerir que ser professor é uma actividade moral na qual é importante reflectir constantemente sobre o tipo de pessoas que os professores são, o tipo de teorias e crenças que possuem e dos constrangimentos que lhes são colocados”. Deste modo, a reflexão é talvez um dos objectivos apontados como essenciais na formação de professores. Actualmente penso que a reflexão é o conceito mais utilizado por educadores, formadores de professores e investigadores educacionais. Em qualquer temática