produção textual
Em uma análise superficial, ser coerente significaria “não cair em contradição”. Entretanto, uma análise mais aprofundada permitiria trabalhar a coerência como a produção de sentido para o texto dissertativo. Essa produção de sentido deve ser buscada sob duas perspectivas distintas, mas complementares; é o que chamamos de coerência interna e de coerência externa. Entende-se por coerência interna o conjunto de informações não contraditórias e sequenciadas logicamente que compõem o todo textual. Por exemplo, em um texto em que se busca avaliar as causas, as consequências e propor soluções para uma determinada questão – cada um desses tópicos desenvolvido em um parágrafo –, parece coerente fazer com que os parágrafos do desenvolvimento sigam exatamente a ordem anunciada. Do contrário, teríamos uma situação no mínimo estranha: a proposição de soluções para um problema pouco conhecido em profundidade (devido à ausência das causas) pelo leitor.
A coerência externa, por sua vez, trata da associação do texto com o mundo em que vivemos. Em outras palavras, de nada vale uma redação que produz sentido internamente se ela não possui um vínculo de razoabilidade com a realidade exterior. Um exemplo disso ocorreria em uma redação em que, ao buscar as soluções para o problema da violência no Brasil contemporâneo, o enunciador propusesse o fim das favelas e o extermínio dos traficantes de drogas. Essa “possibilidade” prescinde de coerência externa por diversos motivos:
a) a maioria dos moradores das comunidades carentes não são violentos;
b) mesmo que fossem, seria impossível simplesmente dar um “fim” aos conglomerados habitacionais (onde colocar tanta gente?);
c) não existe, oficialmente, pena de morte no Brasil;
d) os traficantes não são os únicos responsáveis pela violência.
Assim, é claro que o grau de apreciação do corretor sobre um texto desse tipo seria baixo, o que implicaria uma nota ruim. Coesão
A coesão e a coerência estão intimamente ligadas. Se a