produção de texto e música
Despertar o interesse dos alunos pelas aulas de produção de texto é um desafio constante aos professores de Língua Portuguesa. A dificuldade de elaborar um bom texto tem início nas séries iniciais, mas não se restringe a esse período: estende-se até o Ensino Médio e, muitas vezes, até o Ensino Superior e a idade adulta. Alguns problemas, que são frequentemente apontados como justificativas para essa “inabilidade”, como a falta de leitura e a má aquisição de regras, técnicas e conceitos, parecem não resumir essa crise no ensino de Língua Portuguesa. O desempenho insatisfatório dos alunos no que se refere à produção textual tem, entre as principais causas, o desinteresse por parte dos alunos. Sendo assim, não basta caracterizar os problemas encontrados nos textos produzidos por eles. Também não basta culpá-los pelo desinteresse. É preciso lançar um olhar mais crítico sobre essa problemática e observar, principalmente, a forma como é conduzido o trabalho com a escrita em sala de aula, as condições para a produção de texto e a maneira como os alunos encaram as propostas dadas pelo professor.
Na maioria das vezes, a única função que a produção de texto tem para o aluno é a obtenção de uma nota, e o principal mecanismo que ele usa para redigir o texto é a reprodução do que foi dito pelo professor. Essa perspectiva reflete uma realidade educacional defasada, em que o aluno deve devolver ao professor o que dele recebeu, exatamente como recebeu, o que Paulo Freire definiu como “educação bancária”. Sendo assim, o trabalho com a linguagem baseia-se no artificialismo e, sem manifestar criatividade nem interpretação, a voz do aluno como sujeito ativo sobre a linguagem é apagada. Focando-se na questão do desinteresse dos alunos, percebemos que é necessário criar modelos didáticos que os façam ver a produção de textos como uma oportunidade para manifestar suas ideias, ou seja, escrever motivados pela vontade de “querer dizer algo”. Nossa proposta é utilizar os