Produçao e Gestao
QUAL A DIFERENÇA ENTRE CULTURA ORGANIZACIONAL E CLIMA ORGANIZACIONAL?
Um ponto de vista após uma década de guerra de paradigmas.
Denison, Daniel R.
Revista da Academia de Gerência
Desde o início dos anos 80, quando teve início os estudos sobre cultura a literatura evoluiu bastante passando por fases interessantes. Como Meyerson (1991: 256) notou, "cultura era a palavra código do lado subjetivo da vida organizacional....seu estudo representou uma rebelião da ontologia contra o funcionalismo dominante. Esta reação contra o positivismo iniciou um reexame dos fundamentos organizacionais.
Na metade dos anos 80, porém, muitos pesquisadores estavam preocupados com a queda na pesquisa sobre cultura. A guerra entre paradigmas havia afiado as habilidades dos investigadores que mantinham a perspectiva dominante. E a pesquisa sobre cultura parecia ter se defrontado com falta de expetativas teóricas e práticas. Daquele tempo para cá a área amadureceu de vários modos,
inclusive com a publicação de vários livros sobre cultura organizacional, como as obras de Schein (1985,1992), Ott (1989), Trice e Beyer (1992) e Alvesson (1993); novas perspectivas introduzidas por Sackmann (1991), Martin (1992), Alvesson e Berg (1992) e Czarniawska-Joerges (1992); e novos estudos empíricos e etnográficos apresentados por Denison (1990), Kunda (1992) e Kotter e Heskett (1992).
O mais curioso desenvolvimento na literatura, porém, é o aparecimento de vários artigos que aplicam métodos de pesquisa quantitativos no estudo da cultura (Calori & Sarnin, 1991; Chatman, 1991; Chatman & Caldwell, 1991; Denison & Mishra, 1995; Gordon & DiTomaso, 1992; Hofstede, Neuijen, Ohayv & Sanders, 1990; Jermier, Slocum, Fritam & Gaines, 1991).
Em geral, estes autores aplicaram pesquisas para comparar as diversas formas de manifestações da cultura, contradizendo os fundamentos epistemológicos da