Produto interno bruto
Economistas calculam o crescimento do PIB pelo método da "soma de fatores de produção". Somam-se salários, juros, depreciação e aluguéis. Calculado dessa forma, crescemos somente 2,2% por ano no governo FHC.
Contadores e administradores preferem calcular o PIB como a soma dos produtos produzidos por milhares de empresas: geladeiras, televisões, livros etc. É muito complicado e por isso não é feito, mas espelha melhor o que o PIB deveria significar: o crescimento do bem-estar material.
Em 1994, quando a Telebrás era estatal, uma linha telefônica custava 2 000 dólares, pagos antecipadamente num plano de expansão com entrega incerta. Na época, somente 13 milhões de pessoas ricas tinham essa fortuna para gastar em telefones.
Com a privatização, uma linha passou a custar zero, e de lá para cá foram entregues 67 milhões de linhas entre fixas e móveis. Como os salários do setor permaneceram mais ou menos constantes, esse brutal aumento não aparece no nosso PIB, o que para os 67 milhões de brasileiros que agora têm telefone é um absurdo monumental. A 2 000 dólares cada uma, essas novas linhas, ao preço de 1994, representam um acréscimo do PIB de 402 bilhões de reais, ou 50 bilhões por ano, usando um dólar de 3 reais.
Para um PIB de 1,2 trilhão de reais, só o setor de telefonia acrescentou 4,1% de crescimento ao nosso PIB. Crescemos na realidade no mínimo 6,3% ao ano, não esses 2,2% das estatísticas oficiais. Mas nosso crescimento verdadeiro não parou por aí.
Exemplo 2. A Fiat, que produzia um Tempra por 36.000 reais, passou a fabricar três Uno Mille por 12.000. Segundo as estatísticas, o PIB da Fiat permaneceu igual, apesar de a empresa produzir três vezes mais. Para a ciência econômica, a "satisfação marginal" de andar no Uno Mille é um terço do prazer de andar num Tempra. Perguntem àqueles três que andavam a pé se concordam.
Exemplo 3. A grande queixa do empresariado é que está produzindo o dobro para ganhar a mesma coisa. Tem muito