Procter Gamble O Consumidor Nosso Chefe
Fazer que seus 100 000 funcionários entendam o que os clientes exigem e anseiam é a maior obsessão do presidente mundial da Procter & Gamble.
Ele gosta de ser chamado de A.G. (pronuncia-se "ei-dji"). Há quase dois anos, o executivo Alan G. Lafley vem enfrentando o desafio de fazer a Procter & Gamble - uma das maiores empresas de produtos de consumo do mundo, com faturamento anual de 39 bilhões de dólares e 106 000 funcionários - voltar a dar lucros crescentes. A Procter atravessou um período de turbulência em 2000, quando, pela primeira vez em nove anos, apresentou resultados abaixo do esperado. O episódio provocou uma queda de 50% no valor das suas ações e levou à troca de comando. Lafley, então presidente mundial da divisão de cosméticos da Procter, assumiu o posto de presidente do grupo no lugar do holandês Durk Jager, que permanecera apenas 17 meses no cargo.
Em contraste com o frenético Jager, cuja fama era de querer fazer muitas coisas ao mesmo tempo, Lafley, hoje com 55 anos, é considerado mais ponderado. Americano do estado de Ohio, ele fala pausadamente e costuma fazer uma lista do que vai anunciar. Quando o assunto são os negócios, seus olhos não piscam e mantêm-se na mira do interlocutor. Mas, se o tema é pessoal, abaixa a cabeça e lança mão de um papel para rabiscar. Recentemente, durante sua segunda passagem pelo Brasil como presidente, Lafley fez uma apresentação para os 200 funcionários da sede local da Procter, no Centro Empresarial, um conjunto de escritórios na zona sul de São Paulo. Procurou reforçar o que considera a missão da empresa no mundo: "Precisamos entender as necessidades de nossos consumidores e oferecer produtos mais baratos, inovadores e que melhorem a qualidade de vida. O consumidor é o nosso chefe". Encerrada a reunião, Lafley deu a seguinte entrevista a EXAME:
O ano 2001 foi difícil para muitas empresas em todo o mundo. O que aconteceu na Procter & Gamble?
O ano mais difícil para a Procter &