Processo demissional
Empresas adotam demissão humanizada
ANTONIO ARRUDA da Folha de S. Paulo Em época de crise econômica, com demissões pipocando em todas as áreas -são 11,4 milhões de brasileiros desempregados, segundo o IBGE-, as empresas modernas têm buscado novas formas de aplicar a chamada demissão humanizada, em que ela sai ganhando e o funcionário, perdendo menos. O desemprego, além de atingir as finanças do sujeito, afetar sua auto-estima, sua segurança e às vezes até abalar a estrutura familiar, "leva a pessoa a interromper seu processo de aprendizado contínuo, já que, hoje em dia, é na empresa onde o cidadão mais tem oportunidade de aprimorar seu conhecimento", diz Marcelo Corrêa, presidente da Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento. Já a empresa, ao demitir, está perdendo seu principal capital, que é o "acervo intelectual" dos funcionários, diz Corrêa. Nesse sentido, segundo especialistas em gestão do conhecimento, quanto mais a empresa tentar manter algum tipo de vínculo com o demitido, melhor. Manter o ex-funcionário como um prestador de serviço é uma das formas. Outra iniciativa louvável é a empresa que demite contatar fornecedores e parceiros de negócios para conseguir que incorporem seus ex-funcionários, diz Amyra Moyses Sarsur, professora de comportamento organizacional da Fundação Dom Cabral. O que também tem sido feito, mas ainda de forma tímida, é o empregador reunir demitidos com interesses comuns para que eles montem uma cooperativa e abram um novo negócio. "Há empresas agindo dessa forma, intermediando contatos com o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) para viabilizar novos negócios aos demitidos", explica Sarsur. Kit benefícios Por enquanto os benefícios mais comuns ao demitido são a prorrogação da assistência médica, uma bonificação em dinheiro, o direito de utilização do carro da empresa (se ele já o utilizava) e um auxílio para o pagamento do aluguel. "Essas ações preservam a imagem da empresa