Problema da constituição de uma filosofia da libertação
Adentrando a fundo o problema da filosofia latino Americana, nos deparamos com a problemática de uma “possível” constituição da filosofia da libertação, que ainda hoje é posta em questão: se há ou não uma filosofia original na América latina.
Salazar Bondy afirma que a filosofia latino-americana está fundamentada como dependência e alienação, ou seja, esta não vive sua subsistência, levando-a a estar inserida dentro de um contexto que não reconhece sua própria cultura e está alienada. Com isso o problema de precisar uma filosofia latina americana se dá num viés sócio-político, uma vez que este se manifesta como algo novo e de compreensão onde a filosofia toma para si, demarcando a forma de abordá-lo.
Numa ideologia marxista, Hugo Assmann traz a discussão do quefazer filosófico, entrelaçado com a ação política, ou seja, para que a filosofia americana se torne autêntica, é preciso que ela descubra as suas posições ideológicas das opressões, tornando assim um exercício para a libertação. Nesta mesma perspectiva, Mario de Casalla sustenta a reflexão afirmando que tem que haver uma revisão radical da tradição filosófica, que não permite colocar na roda a filosofia originalmente americana. É preciso que a filosofia ocidental se reduza para que, sem imitação, torne-se autêntica e não procure justificar por meio da tradição filosófica toda a constituição da filosofia, tornando-se desse modo um saber imperial.
Destaco ainda que o quefazer filosófico de Assmann não se resume apenas na ação política, mas também é vista na sua descendência popular para superação de si mesmo na vida política do povo, criando possibilidades para uma filosofia latino-americana, rompendo a tradição filosófica, tanto cultural como teórica. Desta forma, é fundamental desprezar um ponto de vista individual e abarcar o todo, tomando consciência da realidade do povo, ouvindo o clamor da opressão e luta pela libertação, combatendo todo