Privatizações
INTRODUÇÃO
Privatização, a transferência de propriedade e controle de empresas estatais, foi uma das principais tendências da economia mundial. O processo iniciou-se nos anos setenta com governo de Margareth Thatcher na Grã Bretanha e rapidamente se espalhou pelo mundo. De 1977 a 1997, 1865 negócios em mais de 100 países, equivalentes a, aproximadamente, US$ 750 bilhões foram relatados.
A onda de desestatização marca um contra movimento na expansão das atividades produtivas do Estado em infra-estrutura, fabricação de insumos básicos etc. Na verdade, a privatização faz parte de um processo mais amplo de mudança institucional de alcance geográfico também abrangente, e nesse sentido ocorre, normalmente, combinada com outras ações como abertura ao exterior, desregulamentação da atividade econômica e, no caso brasileiro, políticas monetárias.
Desde o primeiro choque do petróleo, o foco da política macroeconômica brasileira deslocou-se do crescimento para a estabilização da moeda. Não por acaso, a atitude do Estado com relação às estatais também mudou. As privatizações se tornaram elemento fundamental dos processos de estabilização da moeda. Com o Programa Nacional de Desestatização (PND), o governo tencionava usar privatização para reduzir a dívida pública e consolidar planos de estabilização concebidos na década de noventa. Portanto, no Brasil, foram percebidas características institucionais que permitiram a efetivação de um processo de privatizações tão extenso e em tão pouco tempo. A construção dos elementos que impulsionaram a privatização ao longo de 1990 só foi possível pelos acontecimentos do período anterior, e graças ao novo posicionamento do governo federal: um estado com