prineiro
RESUMO
Pontos de vista diferentes, muitos com profundas raízes filosóficas e históricas, moldaram o estudo científico da origem da vida. Certas hipóteses argumentam que vida primordial foi baseada em microrganismos anaeróbicos simples, capazes de utilizar um amplo inventário de materiais orgânicos abióticos (origem heterotrófica), enquanto outros defende uma organização mais sofisticada, que prosperou de moléculas inorgânicas simples (origem autotrófica). Enquanto muitos cientistas supõem que a vida começou como uma molécula auto-replicativa, o primeiro gene, uma rede metabólica primitiva auto-catalítica também tem sido proposta como ponto de partida. Até mesmo o surgimento da célula em si é uma questão controversa: membranas e compartimentos apareceram cedo ou mais tarde durante a origem da vida?
Partindo de uma definição recente de vida, com base em conceitos de autonomia e evolução open-ended, propõe-se aqui que, primeiramente, moléculas orgânicas auto-organizadas em um metabolismo primordial, localizadas dentro de protocélulas. O fluxo de matéria e energia através de tais sistemas moleculares permitiu a geração de estados mais ordenados, formando o berço dos primeiros registros genéticos. Assim, a origem da vida foi um processo iniciado dentro de compartimentos autônomos ecologicamente interligados que se transformaram em células com hereditariedade e capacidades evolutivas verdadeiramente Darwinianas. Em outras palavras, a existência de vida individual precedeu a sua dimensão histórico-coletiva.
INTRODUÇÃO
A vida é assunto com duas biografias: (i) ontogenética, sincrônica, desenvolvimento, existência individual, baseada nas propriedades autopoiéticas (ou seja, de auto-construção) das células e suas conseqüências ecológicas (ou seja, biogeoquímico); e (ii) histórico-coletivo, diacrônica, populacional, processo evolutivo.
Metabolismo e genética são os dois pilares centrais que sustentam a vida. Todo ser vivo usa