Principios da psicologia
William James
O tratado que segue desenvolveu-se principalmente a partir da instrução do autor em Psicologia, embora alguns dos capítulos sejam mais ‘metafísicos’ do que outros, e outros mais profundos em detalhes do que seria apropriado para estudantes que estejam se inteirando do tema pela primeira vez. As conseqüências disso são que, apesar da exclusão de assuntos importantes como prazer e dor, e sentimentos e julgamentos morais e estéticos, o trabalho cresceu até uma extensão que ninguém pode lamentar mais do que o próprio escritor. É preciso realmente ser otimista para, em época tão atribulada, esperar muitos leitores para 1.400 páginas contínuas de sua caneta. Mas wer Vieles bringt wird Manchem etwas bringen; e, saltando conscientemente aquilo que não lhe interessa, estou certo de que muitos leitores, mesmo aqueles que estejam apenas começando o estudo do tema, encontrarão utilidade para meu livro. Como os iniciantes necessitam principalmente de orientação, sugiro que omitam, numa primeira leitura, os capítulos 6, 7, 8, 10 (da página 330 até a página 371), 12, 13, 15, 17, 20, 21 e 28. Para despertar ainda mais o interesse do neófito, talvez a ordem mais sábia seja passar diretamente do capítulo 4 aos capítulos 23, 24, 25 e 26, e então retornar novamente ao primeiro volume. O Capítulo 20, sobre a percepção do espaço, é uma coisa terrível, que, se não fosse escrita com tanto detalhe, não poderia ser adequadamente tratada. Uma condensação dele, chamada ‘The Spatial Quale’, publicada no Journal of Speculative Philosophy, vol. XIII, p. 64, pode ser considerada por algumas pessoas um substituto útil para o capítulo todo.
Eu me mantive próximo ao ponto de vista da ciência natural por todo o livro. Toda ciência natural assume, sem criticá-los, alguns [p. vi] dados, e desiste de discutir os elementos dos quais obtém suas próprias “leis”, e que servem de premissas para suas próprias deduções. A psicologia, a ciência das mentes