Princ Pios De Constru O Textual Do Sentido
Um texto bem construído e, naturalmente, bem interpretado, vai apresentar aquilo que Beaugrande e Dressler (1981) chamam de textualidade, conjunto de características que fazem, de um texto, e não uma seqüência de frases. Esses autores apontam sete aspectos que são responsáveis pela textualidade de um texto bem constituído:
FATORES LINGUÍSTICOS
Coesão
Coerência
Intertextualidade
FATORES EXTRALINGUÍSTICOS
Intencionalidade
Aceitabilidade
Informatividade
Situacionalidade
1- Coesão e coerência – centrados no texto
2Situacionalidade,
informatividade, intertextualidade, intencionalidade e aceitabilidade – centrados no usuário
A coerência, como a coesão, é uma qualidade básica da textualidade, mas, enquanto a coesão se refere às ligações da superfície textual, sintáticas e pragmáticas (como os elementos linguísticos se interligam por meio de recursos linguísticos, formando sequencias veiculadoras de sentido), a coerência está relacionada à continuidade de sentidos no texto, realizada implicitamente por uma conexão cognitiva entre elementos do texto. A coerência é a base de sentido dos textos.
COESÃO
Segundo
Koch (2009), designa-se por coesão a forma como os elementos linguísticos presentes na superfície textual se interligam, se interconectam, por meio de recursos também linguísticos, de modo a formar um “tecido”
(tessitura), unidade de nível superior à da frase, que dela difere qualitativamente
Ulysses era impressionante sob vários aspectos, o primeiro e mais óbvio dos quais era a própria figura. Contemplado de perto, cara a cara, ele tinha a oferecer o contraste entre as longas pálpebras, que subiam e desciam pesadas como cortinas de ferro, e olhos claríssimos, de um azul leve como o ar.
As pálpebras anunciavam profundezas insondáveis. Quando ele as abria parecia estar chegando de regiões inacessíveis, a região dentro de si onde guardava sua força.
(Roberto Pompeu de Toledo, Veja,