Primeiros socorros
Print version ISSN 0034-8910
Rev. Saúde Pública vol.39 no.6 São Paulo Dec. 2005 doi: 10.1590/S0034-89102005000600020
INFORMES TÉCNICOS INSTITUCIONAIS
Biossegurança
Biosecurity
Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa
Correspondência
Uma pessoa à procura de materiais que possam valer algum dinheiro revira sacolas e caixas em um lixão. De repente, um descuido. O catador se fere com uma seringa utilizada e abandonada no meio do lixo.
Fim de expediente para um profissional de um laboratório que lida com o bacilo da tuberculose. Ele encerra as atividades sem perceber que sua máscara de proteção estava mal colocada. Três semanas depois, o filho de sua empregada é diagnosticado com tuberculose.
Hong Kong, China. Um hóspede com sintomas de gripe permanece em um hotel por dois dias. Semanas depois, pessoas com a Síndrome Aguda Respiratória (Sars) são identificadas em cinco países, incluindo Canadá e Estados Unidos. A investigação mostra que os casos estavam relacionados ao paciente do hotel.
As situações acima dizem respeito a um conceito cada vez mais importante nos dias atuais: a biossegurança. Essa palavra resume um problema do tamanho do mundo, que envolve desde o controle de uma ameaça séria como a gripe do frango até o simples hábito de lavar, ou não, as mãos. Em síntese: quando o tema é biossegurança, o que está em pauta é a análise dos riscos a que está sujeita a vida.
Laboratórios
A preocupação com a biossegurança cresceu com a circulação, cada vez mais intensa, de pessoas e mercadorias em todo o mundo. A possibilidade do uso de vírus e bactérias em atentados terroristas também trouxe apreensão aos laboratórios e à entrada de substâncias contaminadas em um país.
Nos anos 70, uma série de estudos detectou que os profissionais de laboratórios de saúde apresentavam mais casos de tuberculose, hepatite B e shigelose – doença caracterizada pela presença de diarréia, febre e cólicas estomacais – do que pessoas envolvidas