Primeiro reinado

As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo heróico no dia da independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822. O então príncipe regente D. Pedro declarou a separação política entre a colônia e Portugal, porém não antes de diversos conflitos envolvendo brasileiros e portugueses, já que a Corte de Lisboa desejava restabelecer o pacto colonial. Após o retorno do rei D. João VI à metrópole, D. Pedro permaneceu no país com o intuito de conduzir uma eventual independência. Depois de muita pressão por parte de Portugal, que exigia a volta do príncipe, este decidiu ficar no Brasil para o bem de todos e a felicidade geral da nação. Os portugueses enviaram tropas à colônia e demandaram o retorno imediato do príncipe. Ao receber uma carta com as exigências da corte, o herdeiro reagiu proclamando a independência do Brasil. Mais tarde, D. Pedro foi aclamado imperador e recebeu o título de D. Pedro I. O período que abrange os anos de 1822 a 1831 ficou conhecido como o Primeiro Reinado. Foi um momento bastante conturbado da história brasileira, marcado por crises de natureza econômica, social e política. No início de 1823, houve eleições para a Assembleia Constituinte que elaboraria e aprovaria a Carta constitucional do império brasileiro, uma ferramenta de políticos que tentaram limitar os poderes do imperador. Foi uma reação política a forma autoritária de governar do imperador. Neste mesmo ano, o imperador, insatisfeito com a Assembleia Constituinte, ordenou que as forças armadas fechassem a Assembleia. Alguns deputados foram presos. A 1ª Constituição brasileira foi, então, elaborada pelo Conselho de Estado e outorgada pelo imperador em 25 de março de 1824. Essa constituição, ou seja, a primeira Constituição do Brasil, tinha um caráter elitista e excludente: deu total poder a D. Pedro I, enquanto o direito de votar e de se candidatar ficaria restrito a quem tivesse uma renda mínima por ano. Além de definir os três poderes