PRIMEIRA GUERRA
Heranças do confronto - objetos que devemos à Primeira Guerra
Mais que qualquer outra antes, a Primeira Guerra foi um confronto – e choque – de tecnologias. Os exércitos partiram na direção do inimigo portando aviões, metralhadoras e artilharia moderna, sem entender o real impacto que essas criações teriam sobre as táticas cuidadosamente decoradas de manuais escritos no século anterior. Ideias ultrapassadas levaram a um início desastroso no combate, no qual cavalaria armada de sabres avançava contra nichos de metralhadoras.
A solução foi reinventar desde o princípio toda a forma de luta. “A guerra foi transformada para além de qualquer reconhecimento e não era mais guerra no sentido tradicional”, afirmou o historiador israelense Martin van Creveld em Technology and War: From 2000 B.C. to the Present (sem tradução). Mas não foram apenas as armas e táticas que mudaram. A necessidade do Exército levou a diversas pequenas inovações que beneficiaram a vida civil. Do aço inoxidável à calça feminina, várias invenções que ainda hoje fazem parte do dia a dia nasceram no conflito mundial. Nas próximas páginas, conheça itens que foram inventados, estrearam ou só fizeram sucesso por causa da Grande Guerra.
MILITAR
Caças e bombardeiros
Quando a guerra começou, aviões pareciam pipas motorizadas, precariamente mantidas por cabos. Nos primeiros meses, eram usados apenas em funções de reconhecimento, decolando desarmados, ou lançando bombas com as mãos. Os pilotos confrontavam os inimigos com acenos e sorrisos – os mais agressivos jogavam granadas ou usavam pistolas, sem efeito. A era da inocência acabou em 5 de outubro de 1914, quando o francês Joseph Fantz adaptou uma metralhadora a seu biplano Voisin, derrubando um avião alemão. Ao fim do conflito, bombardeiros como o Handley Page V/1500 eram capazes de levar mais de 3 toneladas de bombas de Londres a Berlim, e o caça Airco DH.4 americano voava a