Priapulida
1. INTRODUÇÃO
Estudos de espécies bênticas geralmente consideram que novos colonizadores podem chegar a um local de duas maneiras principais: i) por recrutamento de larvas pelágicas; ii) pela migração de juvenis e adultos a partir de áreas próximas (SMITH & BRUMSICKLE, 1989).
O ciclo de vida das espécies bênticas pode incluir o desenvolvimento indireto com
larvas
planctônicas
(planctotróficas
ou
lecitotróficas),
o
desenvolvimento direto com incubação dos embriões e eclosão de formas juvenis, ou o desenvolvimento misto, variando o grau de incubação e o estágio de eclosão da larva (ABSHER et al., 2003).
Segundo Mileikovsky (1971), a maioria dos filos de invertebrados marinhos apresenta larvas pelágicas e fecundação externa, na maior parte das espécies, exibindo um ciclo de vida bêntico – planctônico, e a ocorrência de larvas na coluna de água depende do padrão temporal da reprodução e do padrão do ciclo de vida, associados aos parâmetros ambientais.
De acordo com a “Lei de Thorson” (MILEIKOVSKY, 1971), os invertebrados marinhos de altas latitudes apresentariam desenvolvimento direto, com a fase larval planctônica ausente, e a freqüência de espécies com larvas pelágicas (basicamente planctotróficas) aumentariam gradualmente conforme a diminuição da latitude, até o ponto de predomínio em ambientes marinhos tropicais. Os resultados das primeiras expedições à Antártica mostraram uma escassez geral de larvas de invertebrados. O trabalho de Thorson (1950), inicialmente formulado para as águas árticas, teve então sua aplicação estendida para as águas antárticas.
Estudos recentes têm mostrado evidências de que as idéias de Thorson não podem ser generalizadas para todas as espécies antárticas. Uma relação de espécies bênticas antárticas, com larvas pelágicas planctotróficas e lecitotróficas, foi apresentada por Pearse et al. (1991), assim como foram registrados estágios larvais de ascídias, decápodes e cirripédios