Prevençao
Hoje, a infecção genital pelo HPV é considerada a doença sexualmente transmissível mais frequente em todo o mundo, com uma prevalência estimada de 20-40% em mulheres sexualmente ativas aos 20 anos de idade, apresentando um declínio com a maturidade. Desde a década de 1940, a colpocitologia oncótica ou exame de Papanicolaou constitui o método de triagem e prevenção para as lesões precursoras do câncer do colo uterino. Introduzido pelo médico greco-americano George Papanicolaou (1883-1962), este exame sofreu modificações na sua realização (convencional, citologia líquida, automatizada) e classificação, mas a sua essência continua a mesma. É um teste efetivo, de baixo custo e considerado a melhor estratégia de saúde pública para a prevenção do câncer cervical, capaz de reduzir em cerca de 80% sua incidência com um programa organizado de rastreamento.
O HPV é transmitido durante a relação sexual com alguém que esteja infectado, mas, como depende apenas do contato com a pele, não é necessária a penetração para que haja contaminação. Assim na masturbação ou no contato genital externo é possível a transmissão.
Ainda existem controvérsias de que ocorra a transmissão do HPV por fômites. Há casos descritos na literatura de transmissão por escovas de dente, toalhas, roupas íntimas ou assentos de vasos sanitários ou trocas de fralda. É importante coletar o histórico para fazer um bom diagnóstico, principalmente, em se tratando de crianças, evitando, assim, uma avaliação errônea de abuso sexual ou entre adolescentes e jovens que nunca tiveram contato sexual.
Deve estar presente na equipe multiprofissional a importância da epidemiologia do HPV na abordagem da infecção pelo HPV. Nos casais, existe sempre a questão da infidelidade, como forma de adquirir qualquer DST, portanto, é necessário ressaltar que as lesões não aprecem logo após a exposição, que podem surgir após semanas a meses, o que indica que a infecção pode ter ocorrido em período anterior.