Para Descartes, nossa capacidade de entendimento, ou seja, nosso juízo é tal como um edifício projetado por diversos arquitetos, que desde a nossa infância exercem influencia sobre nosso discernimento. Se pudéssemos,num exercício de pensamento, conceber a possibilidade de termos desde ainfância utilizado somente nossa razão para nos relacionar com o mundo,caracterizaríamos como pura tal propriedade do espírito. No entanto, nos alicerces do nosso edifício-juízo estão opiniões, ensinamentos que nos foramtransmitidos desde o nosso nascimento. Decorre daí que muitas vezes não analisamos se tais opiniões, que estão na base de nosso entendimento são verdadeiras. A respeito do trabalho que realizara ao buscar o método,Descartes apresenta o seu objetivo:“jamais o meu objetivo foi além de procurar reformar meus próprios pensamentos e construir num terreno que é todo meu. De maneira que, se,tendo minha obra me agradado bastante, eu vos mostro aqui o seu modelo,nem por isso desejo aconselhar alguém a imitá-lo” §3.Esta disposição, de análise dos a icerces do próprio juízo, levaria àfundamentação das opiniões num terreno próprio – ou seja, onde as idéiasnecessárias para o discernimento lhe fossem conhecidas e verificadas, emvez do acatamento tácito de proposições fornecidas por outrem. Assim,Descartes “Procura por um método para chegar ao conhecimento de todasas coisas de que meu espírito fosse capaz s preceitos deste método admitem menos leis do que a lógica, no entanto,estas poucas leis devem ser invariavelmente acatadas. Tais leis ou preceitossão:Primeiro preceito:Aceitar algo como verdadeiro somente quando estiver claro ao espírito, aoexame da razão, evitar o juízo precipitado – acatar como verdadeiro algo deque não possa duvidar.Segundo preceito:Diante da dificuldade de um problema, deve-se dividi-lo em partespossíveis, analisar. Simplificação, analise e atomismo Terceiro preceito:Conduzir a investigação dos elementos mais simples – acessíveis aoconhecimentos até os mais