Prenda suas cabritas que meu bode pasta solto
Já ouvi pessoas defenderem o direito do cliente da exploração infantil receber o sexo pelo qual pagou desde que as meninas de corpos frágeis em desenvolvimento não sejam mais virgens, mães alegarem que suas filhas pequenas tentaram lhe roubar o parceiro, pedófilos afirmarem que não prejudicaram as crianças que usaram para obtenção doentia de prazer por que essas consentiram e gostaram das carícias, representantes religiosos dizer em alto e bom som que um pedófilo merece mais o céu do que a criança que ele engravidou caso opte por interromper a gestação...
É como se houvesse no ideário de muitas pessoas o entendimento rançoso de que o homem tem o direito de exercer sua sexualidade com quem a provoque desejo, independente de questões como o respeito ao desenvolvimento integro de crianças ou o consentimento feminino. É o velho conceito contido no ditado popular que diz “ amarre suas cabritas que meu bode pasta solto”.
No entanto pensar dessa forma é negar as mulheres a igualdade de direitos e valores que possuem em relação aos homens e negar as crianças o desenvolvimento saudável de sua sexualidade e afetividade. É contribuir para a continuidade dessa modalidade de violência tão atroz quanto frequente.
E, não importa quantas pessoas pensem assim o entendimento legal é o de que “Atos de pedofilia, sejam individual ou pela mercantilização de material pornográfico infantil, retratam violações a Direitos Humanos.” (*1) e que “É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de