Prefiro rosas
1. O poema é constituído por 6 estrofes. Cada uma delas formada por um primeiro verso decassilábico e dois seguintes versos hexassilábicos. Apresenta versos brancos, sem rima – marca de Ricardo Reis, demonstra a influência Horaciana.
Pre/fi/ro ro/sas/, meu/ a/mor/, à /pá/tria, (10)
E an/tes/ mag/nó/lias/ amo (6)
Que/ a /gló/ria e /a vir/tude (6)
2. O poema tem presentes várias marcas temporais (estrofes 2 a 4). A vida que por Ricardo Reis passa, as folhas que nascem na primavera e caiem no outono mostram a indiferença do poeta ao passar do tempo, à vida pois independentemente da vitória ou da derrota, do bom ou do mau, da felicidade ou da ausência dela o tempo passa igual para todos (Que importa aquele a quem já nada importa/Que um perca e o outro vença,/Se a aurora raia sempre.). A primavera e o outono são utilizados respetivamente como símbolos da renovação e da negatividade e do fluir do tempo.
3. Relação simbólica entre “rosas”/ “magnólias”:
a. Ambas as flores apresentam um perfume suave (tal como a sua posição perante a vida);
b. Rosas simbolizam o amor e magnólias simbolizam a nobreza;
c. Analogia entre as rosas e a vida: bela mas com espinhos;
d. Ambas as flores murcham rápido;
e. Rosas representam a contraposição entre o ideal estético nobre do poeta face à obrigação de viver;
f. Reis prefere as flores ao viver;
g. As flores não prolongam a dor: belas e efémeras;
Efémera: algo que é transitório, passageiro ou que duram pouco tempo…como o rio, ou a vida!
Relação simbólica entre “pátria”/ “glória”/ “virtude”:
A pátria, a glória e a virtude são acrescentos à vida;
Não é natural, são adereços que se opõem à simplicidade/tranquilidade com que Ricardo Reis se rege;
A pátria, a glória e a virtude são vaidades. Não é natural;
São indiferentes para Reis, nada lhe trazem;
(……..)
4. Recursos Expressivos:
a. Apóstrofe “(…), meu amor,(…)”(v.1): provoca uma aproximação entre o emissor e o recetor da mensagem, mesmo que o recetor não